quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Convento Nossa Senhora do Amparo

No séc. XVII (1640), o sesmeiro Antônio Coelho de Abreu doou terras e uma Capela de Nossa Senhora dos Desamparados aos padres franciscanos. Estes a partir de então instituíram em 1664 o Convento  Nossa Senhora do Amparo, tendo anexa a Capela da ordem. O convento foi reconstruído entre 1932 e 1937.





Por quatro séculos, o Convento Nossa Senhora do Amparo foi o ponto de partida e de chegada de toda obra franciscana de evangelização do Litoral Norte de São Paulo, em continuação à mesma obra dos frades franciscanos dos Conventos de Santo Antônio do Valongo, em Santos, e de Nossa Senhora da Conceição, em Itanhaém, ambos no Litoral Sul. É de se ressaltar os trabalhos prestados pelos frades junto às paróquias de Nossa Senhora da Ajuda, em Ilhabela, na Paróquia de São Sebastião, na cidade de mesmo nome, na Paróquia de Santo Antônio de Caraguatatuba e nas capelas da região.
Todavia, a partir da segunda metade do século XIX, a exemplo do que ocorreu com todos os institutos religiosos do Brasil, também a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil teve uma progressiva e drástica redução de seu quadro de frades, em consequência do fechamento de todos os noviciados, por decreto do Marques de Pombal, que proibiu a admissão de novos candidatos à vida religiosa franciscana.

Mais sobre a Historia

Os sesmeiros Diogo de Unhate, Diogo Dias, João de Abreu, Gonçalo Pedroso e Francisco de Escobar Ortiz iniciaram a povoação na Ilha de São Sebastião, desenvolvendo o local com agricultura e pesca. Nesta época, a região contava com dezenas de engenhos de cana de açúcar, responsáveis por um maior desenvolvimento econômico e a caracterização como núcleo habitacional e político. Isto possibilitou a emancipação político-administrativa de São Sebastião em 16 de março de 1636.
Mais para o norte da vila, formou-se com o tempo um bairro com o nome primitivo de Itararé (pedra cantante) do ribeiro do mesmo nome que passa nos fundos do Convento. Com a construção do Convento, o bairro passou a se chamar “Bairro de São Francisco”, nome com que é conhecido ainda hoje.
Entre os moradores desta região, possuidores de extensas terras com matas e lavoura, encontrava-se, em meados do século XVII, Luiz Cabral de Mesquita e Antônio Coelho de Abreu. Este tinha no Itararé a sua vivenda, em que morava com sua mulher Luzia Alves de Abreu, sem ter filhos.
São esses moradores da Vila que pediram ao Custódio, em visita aos Conventos de Santos e Itanhaém, para construir um Convento no local. Antônio de Abreu doou a terra e a aprovação do governador eclesiástico se deu em 9 de agosto de 1658.
O conjunto composto pela igreja e convento demorou quatro anos para ficar pronto e foi construído com taipa de pilão, sendo a base de pedra, e alvenaria de tijolo e pedra. Em meados de 1668, com o acabamento das obras da igreja, celebrou-se nela a primeira festa de Nossa Senhora do Amparo . Era o dia 8 de setembro e assim se deu sucessivamente nos seguintes. O Santíssimo foi colocado somente no dia 2 de dezembro, primeiro domingo do Advento.
Em tamanho, o Convento é um dos menores da Província. Gracioso é o seu claustro retangular, com três arcos de um e dois de outro lado, descansando sobre grossas pilastras. Como singularidade ,que dos outros só o Convento de Cabo Frio tinha (nos Conventos no norte era usual), vê-se nele um corredor aberto com peitoril (varanda) que circunda o claustro no andar de cima.
Nas paredes do pavimento térreo há diversos nichos, que serviam de confessionários para homens, como em alguns outros antigos Conventos, e numa das paredes conserva-se o jazigo, com inscrição, do Coronel Julião de Moura Negrão, nascido em 1755 e falecido em 1838, que foi o fundador da Vila Bela da Princesa.
No tempo de Frei Apolinário da Conceição (1730) residiam no Convento 16 religiosos, mas observa que “o número já chegara a vinte” ou mais.
O frontispício da igreja e a torre não fazem face com o Convento, mas avançam para fora. Esta circunstância, como também a diferença que se nota no teto do coro demonstra a evidência de que o frontispício como se vê, coro alpendre de três arcos, não pertencia ao plano primitivo mas foi feito antes de acabar toda a obra. Seria também o motivo pelo qual a torre foi levantada quadrangular desde os fundamentos, quando em todos os outros Conventos era apenas uma parede com cubículo atrás das sineiras. O frontão da igreja está feito em linhas curvas e a torre encimada por meia laranja.
Além do altar-mor com a imagem de madeira da Padroeira, havia os laterais de São Francisco e de Santo Antônio, cujas imagens de barro são mal acabadas. Posteriormente o altar de. São Francisco foi substituído pelo do Bom Jesus e a imagem do Patriarca passou para o de Santo Antônio. Também na portaria existe uma imagem de Nossa Senhora do Amparo.
De 1885 até o início da restauração em 1931, o Convento ficou entregue a síndicos ou a simples zeladores. No Capitulo Geral de 11 de dezembro de 1937 foi instalado a Comunidade de dois sacerdotes e dois Irmãos leigos, que desde algum tempo tinham ajudado nos trabalhos da restauração.

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